Qui. Abr 18th, 2024
‘Subindo o Monte’ – rubrica dedicada ao pensamento e escritos de autores carmelitas
(Parceria com o Carmelo de Cristo Redentor – Aveiro)

Sobrevivência e atualidade de S. João da Cruz

José Vicente Rodrigues*

 

1. O melhor modo de ver como João da Cruz sobrevive e como é actual a sua pessoa e a sua mensagem é, na minha opinião, dar uma vista de olhos pelo grande número de livros, artigos, estudos, teses doutorais que se escrevem sobre a pessoa e a obra do doutor místico.

De entrada, para esta inspecção rápida contamos com diversas bibliografias. Superior a todas é o grande livro de Manuel Diego Sánchez, San Juan de la Cruz. Bibliografía sistemática, Editorial de Espiritualidad, Madrid 2000, 734 pp.

A obra depois do número 0 em que se assinalam respectivamente as Bibliografias existentes, divide-se em XIX apartados ou secções. Para ajudar o leitor quero fazer uma apresentação do livro, sublinhando alguns pontos que me parecem mais importantes nesta ordem de coisas.

I. O texto sanjoanino

Faz-se a ficha correspondente ao que se escreveu sobre Crítica textual, autógrafos, apógrafos, fac-símiles e reproduções fotográficas.

Faz-se a apresentação detalhada, indica-se onde se encontram os códices manuscritos e autógrafos. O leitor pode ver onde se encontram p. ex. autógrafos de cartas e cópias das mesmas, edições fac-símiles de “Ditos de Luz e Amor”.

Obras Completas: segue a ordem cronológica em que foram publicadas. A edição príncipe, sem o Cântico Espiritual, é a seguinte:

Obras espirituales que encaminan una alma a la perfectaunión conDios… Com um resumo da vida do autor, e uns discursos pelo P. F. Diego de Jesús… Alcalá, Viuda de Andrés Sánchez Ezpeleta, 1618.

Registam-se as edições que de algum modo marcam um ponto de viragem no estabelecimento do texto sanjoanino e que oferecem alguma novidade, quer do ponto de vista filológico quer histórico. Há que anotar a tradução latina de 1639, 1642, 1710.

Do século XX as edições de Gerardo, Toledo 1912-1914; de Silvério, Burgos 1929-1931; Lucinio Ruano, Madrid BAC 1946 e edições seguintes; José Vicente Rodríguez, Madrid 1957, e outras quatro edições; Simeão, Burgos 1959; Eilogio Pacho, Burgos 1982. Recolhem-se também as edições das Obras por separado (nn. 326-376). É notável a primeira edição do Cântico. Não em espanhol, mas na tradução francesa, Paris 1622. Antologias e florilégios. Não faltam também uns quantos números (nn. 393-422) sobre os Apócrifos sanjoaninos e textos espúrios.

Encerra-se este primeiro apartado com Estudos sobre as edições e traduções.

II. Miscelânias e obras em colaboração

Regista aqueles títulos, em várias línguas, publicados num mesmo livro com as várias colaborações de diversos autores: Actas de Congressos, de Semanas de estudo, etc., (473-557).

III. Estudos gerais sanjoaninos

Sob a epígrafe Introduções gerais recolhem-se mais de cem títulos; de realçar Baruzi (560, 641), Crisógono de Jesús (564), Federico Ruiz (595, 616). Acrescentam-se Estudos menores em livros e artigos: 671-720, além de vozes de dicionários e enciclopédias (721-761), sem esquecer em lugar eminente o Dicionário de São João da Cruz coordenado por Eulogio Pacho, Burgos 2000 (670b).

IV. Biografia sanjoanina

Começa-se pelo tema discutido na historiografia do santo, assim como no caso de outras personagens: entre hagiografia e biógrafa (762-788). Quem mais lutou neste campo foi Teófanes Egido (763-778).

Elencam-se as primeiras biografias do século XVII: José de Jesús María, Quiroga (798), Jerónimo de San José, Ezquerra (800-803), Francisco de Santa Mará Pulgar (807), Alonso de la Madre de Dios, o Asturicense (812). Segue outra série de vidas menores até ao século XIX em várias línguas (816-851), vida menores no século XX (852-922).

Biografias críticas: Trata-se das vidas escritas no século XX por Bruno de Jesús María, 18921962, Paris 1929 (923), traduzida em várias línguas. Silverio de Santa Teresa, em Historia del Camen Descalzo. T. V 1936 (927). Crisógono de Jesús, BAC, Madrid 1946, com mais de dez edições, traduzida em várias línguas. É a mais lida.

Saiu também o livro Deus fala na noite, Madrid 1990, coordenador F. Ruiz, com 12 capítulos biográficos; quatro de F. Ruiz, oito de José Vicente Rodríguez; contém quase mil ilustrações a cores (936). Obra bastante completa no seu conjunto, contando com outros muitos trabalhos além dos capítulos biográficos.

Saiu também a de José María Javierre, João da Cruz, um caso limite, Salamanca 1991, escrita com o seu estilo peculiar. Também Efrén de la Madre de Dios-Otger Steggink, Tempo e Vida de São João da Cruz, BAC Madrid 1992. Grande volume de 916 páginas.

Não contente com esta apresentação Diego acrescenta Biografia por etapas e aspectos particulares: ambiente histórico, personalidade do santo, artista, reformador, família e infância, formação, vocação, estudos, exorcista e confessor em Ávila, encarcerado, etapa andaluza, etapa segoviana, membro da Consulta ou governo geral da Ordem, doença e morte (941-1287a).

V. Estudos históricos

Documenta-se o que foi escrito sobre o ambiente espanhol (1288-168), a teologia em Espanha (1369-1376), a Espiritualidade espanhola (1377-1419), o conventualismo (vida religiosa) (1420-1425), a Ordem do Carmo em Espanha (1426-1448), a Reforma teresiana, história, literatura, escola mística teresiana, aspectos históricos parciais do Carmelo Teresiano (1449-1500).

VI. Estudos gerais sobre a obra sanjoanina

Começa-se pela Propedêutica (guias) à leitura (1501-1519), umas fichas sobre o magistério oral (1520-1524), escritor (1526-1541), fontes de inspiração, a Bíblia (1542-1630), cultura clássica, patrística, judaísmo e cabala, Islão, tomismo, escola franciscana, mística alemã e dos Países Baixos, mestre J. Eckhart, Catarina de Sena, Luís de Granada (1631-1795). Filosofia, psicologia (1796-1929), grafologia (1930-1938), estética (1939-1972), João da Cruz teólogo e místico (1973-2022a).

VII. Estudos sobre os escritos sanjoaninos

Subida do Monte Carmelo (2023-2066), Noite Escura (2067-2086), Cântico Espiritual (2087-2239 a), Cântico Espiritual B: sobre a história da discussão sobre a autenticidade de CB (2240-2306a), Chama de Amor viva (2307-2344a), Poesias (2345-2489), Escritos breves, Epistolário, “Ditos de Luz e Amor”, Avisos, Cautelas, Graus de perfeição, Ditames de espírito (2490-2526).

VIII. Estudos literários

Abre-se com um elenco de diversos trabalhos sobre história da literatura espanhola, sobretudo do Século de Ouro (2527-2551), sobre vários temas literários e poesia espanhola me geral (2552-2628), aspectos literários sanjoaninos em geral (2629-2694a), a poesia sanjoanina; Menéndez y Pelayo (2696- 2697), Dâmaso Alonso (2705), Orozco Días (2717-2719), Bousoño (2759), Ynduráin (2771-2795. 2811); estes que considero principais não são os únicos citados, mas muitos outros (2695-2811). Sobre a prosa sanjoanina escreveu-se muito menos do que sobre a poesia (2812-2819). Acrescenta-se uma secção variada sobre Léxico-semântica sanjoanina, linguagem em geral, linguagem mística sanjoanina, apofatismo-silêncio-inefabilidade-linguagem insuficiente, simbolismo, imagens, alguns símbolos sanjoaninos; luz, obscuridade, chama, fogo, água, sede, líquidos, pássaro solitário, voo (2820-3021). Encerra-se este apartado recolhendo o que se escreveu sobre erotismo na poesia sanjoanina (3022-3036).

IX. Mística sanjoanina

Antes de tudo, recolhe-se a situação actual dos estudos místico, tratados de mística e estudos gerais, história da mística, a mística espanhola, mística-questões particulares, mística e filosofia, mística comparada (3037-3238), para entrar depois na Mística: estudos sobre São João da Cruz (3239-3305b). A noite sanjoanina chama a atenção de muitos estudiosos, cujos trabalhos se registam aqui sob o título “A noite sanjoanina”: símbolos e significados (3306-3425). Rastreiam-se possíveis fontes de inspiração (3426-3434); a noite na história das religiões, na filosofia, na psicologia e psiquiatria (3435-3460), a noite: influências posteriores, interpretação e actualização (3461-3482). O nada, negação, também se escreveu sobre estes pontos da doutrina sanjoanina (3483-3507a). O desposório e matrimónio espiritual, união, divinização, transformação, todas as realidades foram estudadas cuidadosamente (3508-3565). A última parte desta secção dedica-se aos fenómenos extraordinários, sabendo a posição de João da Cruz diante deles (3566-3603a).

X. O pensamento sanjoanino

Começa-se com sínteses/chaves do seu pensamento, procurando averiguar qual será o ponto central e a quinta-essência da doutrina do santo doutor (3604-3633). A seguir, apresentam-se os estudos sobre vários temas doutrinais; vida espiritual, a perfeição cristã, experiência de Deus, a denúncia profética, etc., (3634-3741), doutrina trinitária (3742-3769b), Cristologia (3770-3837), Pneumatologia (3838-3857a), Eclesiologia (3858-3868), Mariologia (3869-3911), Escatologia (3912-3920), Angelologia e demonologia (3921-3933). Liturgia e Sacramentos (3934-3962a), Virtudes teologais no seu conjunto, vida teologal e depois uma por uma; fé, esperança, caridade (3963-4085), Antropologia sanjoanina (4086-4170 a), Ascese, purificação (4171-4247), Oração, contemplação (4248-4411), Pedagogia, mistagogia, direcção espiritual, discernimento espiritual (4212-4482), Moral e espiritualidade, mundo e realidades terrenas, ecologia (4483-4511), Pastoral, evangelização e missão, ecumenismo (4512-4540), Vida consagrada, vida carmelitana (4541-5465), Laicado, a mulher, os jovens (4566-4589), Teologias da libertação (4590-4630) e termina com o Ateísmo (4631-4636).

XI. A posteridade do pensamento sanjoanino

Regista-se o tem das polémicas e acusações da doutrina sanjoanina, alumbrados e inquisição, quietismo (4637-4666). A seguir fala-se de defesas e comentários a apresenta-se uma galeria de personagens, por ordem alfabética, que intervêm durante estes séculos a favor de João da Cruz e da sua doutrina. Não são só da Ordem, mas também agostinianos, franciscanos, jesuítas, capuchinhos, mercedários (4667-4751). Apresenta-se também aqui o que se escreveu sobre juízos de crítica literária (4752-4754). Segue uma série de números sobre estudiosos e intérpretes sanjoaninos: editores, biógrafos, tradutores, comentadores e intérpretes, já pertencentes ao século XX, a começar por Dâmaso Alonso e a terminar por Ángel Custodio Vega (4754a-4852).

XII. Estudos comparados

Recolhem-se os estudos sobre a influência sanjoanina por nações ou países: e recolhem-se depois de uma apresentação geral: Espanha, França, Itália, Portugal, Alemanha e Países Baixos, Inglaterra, América Latina, Estados Unidos, África (4853-4943). Evidencia-se a sua influência nas Ordens religiosas e Movimentos de espiritualidade: Carmelitas, Carmelitas Descalços, agostinianos, Escolas Pias (4944-4967); bem como a presença de João da Cruz no protestantismo e no Anglicanismo (4968-4982). João da Cruz foi também estudado na sua comparação com o Oriente cristão, no diálogo inter-religioso entre Oriente e Ocidente (4983-4988). Foi também estudado em ralação como o budismo – Zen, e o Induísmo (4989-5036). Detecta-se a presença de João da Cruz na filosofia moderna, em particular no mundo da fenomenologia (5037-5050). Da área da influência e estudos comparados (autores em particular) passa-se por uma série de autores, do século XVII ao XX, autores dos Descalços, de outras Ordens, poetas como Valéry, Ernesto Cardenal, Valente, Paul Claudel, García Lorca, Juan Ramón Jiménez, Luis de León, Panero, Pemán, filósofos, santos, teólogos, etc., (5051-5655a).

XIII. A voz da Igreja: culto e reconhecimento eclesial

Escritos sobre a transladação do corpo do santo de Úbeda a Segóvia em 1593 (5656-5664), Testemunhos da abertura do sepulcro, último sepulcro, relações sobre o tratamento de conservação do corpo levado a cabo a partir de 1992 (5665-5678). Relíquias, lugares sanjoaninos e culto, liturgia eclesial (5679-5705). Processos de beatificação e canonização (5706-5722).

Beatificação, Canonização, Doutoramento eclesial (5723-5761). São João da Cruz no magistério eclesial; fala-se de Paulo VI e de João Paulo II e de vários bispos (5762-5781).

XIV. Homenagens e patronatos

João da Cruz doutor pela Universidade de Baeza, no século XVIII. Em Fontiveros no segundo centenário da canonização. Homenagem em Úbeda. A Universidade de Salamanca deu-lhe o título de “doutor honoris causa” a 20 de Novembro de 1991 (5782-5790).

XV. Comemorações

Festas e diversas celebrações, especialmente na Beatificação (1675), Canonização (1726), II Centenário da morte (1891), II Centenário da canonização e doutoramento eclesial (1926-1927), IV Centenário do nascimento (1942), IV Centenário da Reforma dos frades (1968), IV Centenário da morte (1991). Recolhe-se pontualmente o que se escreveu com ocasião destas efemérides sanjoaninas (5791-5978).

XVI. O sanjoanismo moderno

Congressos sanjoaninos, semanas de estudo, simpósios…, recensão do que se escreveu sobre estes encontros em Espanha e no estrangeiro (5979-5999). Outro título muito útil o do Sanjoanismo actual (crítica e interpretação) (6000-6021).

XVII. Homilética

Registam-se os livros de sermões em honra de São João da Cruz nas datas da sua beatificação e canonização nas diversas nações e outros discursos e panegíricos noutras ocasiões (6022-6059).

XVIII. Literatura devota

Meditações, Exercícios espirituais (6060-6080). Devoções, exercícios piedosos, Boa série de novenas ao santo, tríduos, mês santificado em honra de João da Cruz, o 24 de cada mês dedicado a ele, outras práticas especiais, via sacra bíblica sanjoanina, via sacra: o caminho da Cruz com São João da Cruz, doutor da igreja, celebrações da palavra, e outras peculiaridades (6081-6122).

XIX. Belas Artes

Começa com sete números sobre arte em geral (6123-6129); segue com exposições artísticas em Espanha, Bélgica, Holanda, Itália, México (6130-6140). Detém-se sobre a influência de João da Cruz na arte: escultura, pintura; importante o Cristo de São João da Cruz de Salvador Dali que se inspirou no desenho do Cristo feito pelo santo em Ávila (6141-6170). No que se refere a iconografia (pintura religiosa oriental) há dois ícones magníficos: Ícone de São João da Cruz, com 25 ilustrações do Cântico Espiritual, obra da oficina do Carmelo de Harissa (Líbano), na igreja do Carmo de Segóvia, diante da capela do sepulcro, Outro ícone: o trânsito de São João da Cruz, oficina do Carmelo de Ravenna, Itália para o convento de Úbeda onde morreu frei João (6171-6178).

Gravados, numismática, tapeçarias têm também as suas fichas (6179-6205). No apartado: prosa literária aparece Goytisolo com a sua novela As virtudes do pássaro solitário, Jiménez Lozano com o Mudejarillo, Pedro Villarejo com Que vou devoo.Biografia literária de São João da Cruz (6206-6212b). Na secção Poesia recolhem-se títulos de obras poéticas em honra de São João da Cruz, como também autores e poesias que se inspiram no seu mesmo estilo poético (6213-6271).

Em Teatro aparecem, entre outros, Antonio Gala com Paisagem com figuras, Adela Medina (a ciganita do Carmelo) com Frade e meio, Luíz Miguel Sãnchez com Retábulo sanjoanino, Carlos Muñiz com Miserere para meio frade (6272-6287).

No que se refere à música há uma produção muito abundante na qual os compositores tomam como letras os poemas do santo, ou algum dos seus versos ou frases e procuram interpretá-los o melhor que podem (6288-6322). No cinema escreve-se e argumenta-se sobre o filme de Carlos Saura A noite escura (6323-6328).

Acrescento: Antonio Bernardo de Quirós, OCD, escreveu pelo menos três artigos sobre São João da Cruz na música (veja-se neste apartado: nn. 6288-6289, 6291). O último publicado em Confer 31 (1992, pp. 173-189 titula-se Música em torno a São João da Cruz. Trabalho muito completo e meticuloso no qual se podem ver:

Composições com texto sanjoanino, divide essa gama muito ampla em quatro secções: obras para coro conventual ou paroquial, obras para grupos corais; obras para coro profissional; obras para solista; e vai indicando uma a uma as diversas composições.

Composições com pretexto sanjoanino. A realçar Luz de escura chama de Eduardo Pérez Maseda, Ópera em três actos com prólogo; a Cantata hispânica de Aracil, em cuja quarta parte se utiliza a última estrofe da Noite Escura.

Aconselho a leitura deste trabalho para se dar conta da força dos textos sanjoaninos que explodem em tantas composições musicais, algumas delas extraordinárias.

Conclusão

Por meio da apresentação, ainda que elementar e imperfeita, deste livro de Diego podemos dar-nos conta da grande presença de João da Cruz no nosso mundo. A obra foi editada no ano 2000. Desde então continuaram a publicar-se livros, artigos de vário género, fizeram-se novas investigações, etc. João da Cruz continua a ter interesse e a sua presença é não só benéfica no campo espiritual mas suscitadora no âmbito do saber, das artes e das ciências. João da Cruz continua, para o dizer com um verbo seu, a «provocar» com as sequências da sua vida e com a luz dos seus escritos a quantos se aproximam dele.

Da sobrevivência e influência de João da Cruz dão também testemunho, com a sua vida e os seus escritos, muitíssimas pessoas que entraram em diálogo com ele. De seguida apresento três figuras do Carmelo, já elevadas à honra dos altares: Teresa de Lisieux, Isabel da Trindade, Edith Stein, que souberam deixar-se guiar por João da Cruz na subida do monte Carmelo e nos alegram com o seu testemunho.

*José Vicente Rodrigues. 100 Fichas sobre S. João da Cruz. Edições Carmelo, Avessadas. Pp. 110 -116.


Imagem: Sepulcro de S. João da Cruz, em Segóvia, Espanha