Oratório Peregrino
Um oratório à maneira de um viático para tempos de carestia
Uma proposta desenvolvida em parceria com
Irmãs do Carmelo de Cristo Redentor – Aveiro
XLVII Passo | PEQUENO CAMINHO
«Sou uma alma muito pequena que não pode oferecer a Deus senão coisas muito pequenas» (A 31 r).
«Para as almas simples não convém meios complicados, e eu sou do número destas» (C 33 v).
«Quero procurar a maneira de ir para o Céu por um pequeno caminho muito direito, muito curto; um pequeno caminho completamente novo. Estamos num século de invenções. Agora já não se tem a maçada de subir os degraus de uma escada; em casa dos ricos o ascensor substitui-a vantajosamente. Eu queria também encontrar um ascensor que me elevasse até Jesus, porque sou demasiado pequena para subir a rude escada da perfeição. Então, procurei nos Livros Sagrados a indicação do ascensor, objecto do meu desejo, e li estas palavras saídas da boca da Sabedoria eterna: Se alguém for pequenino, venha a mim. Então aproximei-me, adivinhando que tinha encontrado o que procurava, e querendo saber, ó meu Deus! o que faríeis ao pequenino que respondesse ao vosso apelo. Continuei as minhas buscas, e eis o que encontrei: – Como uma mãe acaricia o seu filho, assim Eu vos consolarei; levar-vos-ei ao colo e embalar-vos-ei nos meus joelhos! Ah! nunca palavras tão ternas e tão melodiosas me vieram alegrar a alma! O ascensor que me há-de elevar até ao Céu, são os vossos braços, ó Jesus! Para isso não tenho necessidade de crescer; pelo contrário, é preciso que eu permaneça pequena, e que me torne cada vez mais pequena» (C 2 v).
«Do vosso Filho o olhar inefável
Sobre a minha pobre alma dignou-se descer
Eu procurei o seu Rosto adorável
E é n’Ele que me quero esconder.
Terei de permanecer sempre pequena
Para vir a merecer os seus olhares
Mas em virtude crescerei depressa
Sob o calor deste astro dos Céus» (P 11, 3).
«Sois vós que o Senhor me dá como modelo
Santos Inocentes
Quero ser cá na terra a vossa fiel imagem
Meus Pequeninos.
Ah! Dignai-vos alcançar-me as virtudes da infância
A vossa candura,
O vosso abandono, a vossa amável inocência
Cativam-me o coração» (P 44, 9).
«Vê uma criancinha que acaba de arreliar a mãe encolerizando‑se ou desobedecendo-lhe; se se esconde num canto com ar amuado e grita com medo de ser castigada, a mãe não lhe perdoará certamente a sua tolice, mas se lhe estende os bracinhos sorrindo e dizendo: “Dá-me um beijo, não torno mais a fazer isso, poderá a mãe deixar de a apertar contra o coração com meiguice e esquecer as suas travessuras?… No entanto sabe muito bem que o seu querido filho cairá de novo na próxima ocasião, mas não tem importância, se ele tornar a ganhá-la pelo coração nunca será castigado…”» (Ct 191).
«Já que faço todos os esforços por ser uma criancinha, não tenho preparativos a fazer. Tem de ser Jesus a pagar todas as despesas da viagem e o bilhete de entrada no Céu…» (Ct 191).
«É só a Ti, Jesus, que eu me prendo
É aos teus braços que eu acorro e me escondo,
Quero amar-Te como uma criancinha
Quero lutar como um guerreiro audaz
Como uma criança cheia de delicadeza
Quero, Senhor! encher-Te de carícias
E no campo do meu apostolado
Como um guerreiro lanço-me ao combate!…» (P 36, 3).
«O martírio mais doloroso, o mais amoroso é o nosso porque só Jesus o vê. Nunca será revelado às criaturas da terra mas quando o Cordeiro abrir o livro da vida, que surpresa para a Corte Celeste ouvir proclamar com os nomes dos missionários e dos mártires o de pobres criancinhas que nunca praticavam acções deslumbrantes…» (Ct 195).
«Lembro-me de que aquele a quem mais se perdoou mais deve amar, por isso procuro fazer da minha vida um acto de amor e já não me inquieto por ser uma alma pequenina, pelo contrário, até me regozijo com isso» (Ct 224).
«Mas para que eu sempre te abrigue,
Sob o meu véu junto de Jesus,
Será preciso ficar pequenina,
Ornada com as virtudes da infância…
Quero que na tua fronte brilhe
A doçura e a pureza,
Mas a virtude que eu te dou
É sobretudo a Simplicidade» (P 13, 5-6).
«Deixando às almas grandes, às grandes inteligências, os belos livros que não posso compreender, e ainda menos pôr em prática, regozijo-me por ser pequenina visto que só as crianças e os que se assemelharem a elas serão admitidas ao banquete celestial» (Ct 226).
«Ah! não receeis dizer-Lhe que O amais, mesmo sem o sentir, é o meio de forçar Jesus a socorrer-vos, a levar-vos como uma criancinha demasiado fraca para caminhar» (Ct 241).
«Deus vos chama a serdes uma grande santa embora permanecendo pequenina e sendo-o cada dia mais» (Ct 242).
«Não procuremos nunca o que parece grande aos olhos das criaturas. Salomão, o rei mais sábio que jamais houve na terra, tendo considerado os diferentes trabalhos que ocupam os homens debaixo do sol, a pintura, a escultura, todas as artes, compreendeu que todas estas coisas estavam sujeitas à cobiça, e exclamou que elas não são mais que vaidade e aflição de espírito!…» (Ct 243).
«Sei que há santos que passaram a vida a praticar admiráveis mortificações para expiarem os seus pecados; mas que quereis, «Há várias moradas na casa do Pai Celeste», disse-o Jesus e é por isso que sigo a via que Ele me indica. Procuro não me ocupar de mim mesma em nada, e o que Jesus Se digna realizar na minha alma abandono-lho, porque não escolhi uma vida austera para expiar as minhas faltas, mas as dos outros» (Ct 247).
«Lembra-Te da ternura imensa
Com que cumulaste os mais pequeninos
Quero também receber as tuas delícias
Ah! dá-me os teus beijos deliciosos
Para gozar nos Céus da tua doce presença
Praticarei na terra as virtudes da infância
Não dissestes Tu muitas vezes:
«O Céu é dos pequeninos?…»
Lembra-Te» (P 24, 9).
Santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face