70 ANOS DUDH | REFLEXÕES
Plataforma “Aveiro Direitos Humanos”: Um desafio para todos!
Miguel Oliveira*
Há uma década atrás, o surgimento da Plataforma “Aveiro Direitos Humanos”, ação que agregou em torno deste tema um conjunto diverso de organizações e entidades da sociedade civil aveirense e que contou com o apoio e envolvimento quer de instituições públicas quer de entidades privadas, teve como primeiro e principal objetivo unir esforços, agregar vontades e potenciar diferentes sensibilidades numa rede informal, colaborativa e de proximidade, no sentido de desenvolver um programa de ação com vista à comemoração dos 60 anos da proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH).
Em resultado desta parceria elaborou-se a “Agenda Aveiro Direitos Humanos 2008”, que acolheu uma grande diversidade de iniciativas, tendo a comunidade sido envolvida de forma alargada e transversal, em particular as crianças e os jovens uma vez dada prioridade à componente educativa. Após um período de inatividade reergue-se de novo o projeto, dez anos volvidos após a primeira ação conjunta e no momento em que se celebram os 70 anos desde que a DUDH foi adoptada pela Organização das Nações Unidas, a 10 de Dezembro de 1948.
Num contexto social complexo, deveras exigente e extremamente desafiante quer a nível local quer num quadro de intervenção nacional e internacional, a defesa e a promoção dos Direitos Humanos no plano teórico e prático coloca-se, mais do que nunca, de forma muito premente exigindo dos cidadãos, das instituições, das organizações uma intervenção social ativa, consciente e responsável, capaz de responder firme e inequivocamente aos desafios que as sociedades atuais vão enfrentando.
É perante esta realidade que importa convocar toda a comunidade para mais este exercício de cidadania. Com a disponibilidade e interesse das organizações que haviam estado empenhadas anteriormente, coloca-se com toda a pertinência o envolvimento de novos atores que neste contexto desempenham papéis relevantes junto dos mais vulneráveis. Muito trabalho já é desenvolvido pelos parceiros institucionais, trabalho esse diverso e de qualidade que reflete uma sociedade civil forte e dinâmica. Ainda assim, nunca é demais investir na mobilização, na consciencialização, no trabalho em rede que potencia o que existe e empresta uma visibilidade àquilo que muitas vezes escapa e que carece de atenção. É nessa medida que se pretende dinamizar um Programa de Ação conjunto, integrador e impactante, que acompanhe aquilo que a própria Organização das Nações Unidas propõe através da campanha #standup4humanrights (Programa em aberto e que pode ser consultado em www.aveirodireitoshumanos.org).
Em síntese, pretende-se dar um contributo válido para que se criem novas dinâmicas que envolvam as forças vivas da comunidade, que ajudem a interpelar consciências e a despertar mentalidades em torno de uma temática que a todos, sem exceção, diz respeito: a defesa e promoção dos Direitos Humanos, no plano teórico pela educação e sensibilização social, na prática pela atuação em rede para melhor servir a comunidade.
*Plataforma “Aveiro Direitos Humanos”