Seg. Abr 28th, 2025

Os cem anos de Fátima

João César das Neves (texto)

António Bracons (fotografia)

Este centenário das aparições de Fátima está a ser um momento excelente para a Igreja em Portugal. Ainda os festejos mal começaram, e já temos dois novos santos e uma visita papal, além de um grande movimento de peregrinação, com efeitos em todo o lado.

Estas coisas, se são emocionantes e influentes, podem desviar-nos do essencial. Porque hoje, cem anos depois dos acontecimentos maravilhosos, aquilo que realmente importa é o efeito que as aparições têm na vida de cada um de nós. Ficar pelos elementos exteriores, por muito belos que sejam, pode ser fatal para a nossa relação com Fátima.

O Papa expressou isso muito bem na saudação que fez aos doentes, no dia 13 de Maio depois da missa: «Hoje a Virgem Maria repete a todos nós a pergunta que fez, há cem anos, aos Pastorinhos: “Quereis oferecer-vos a Deus?” A resposta – “Sim, queremos!” – dá-nos a possibilidade de compreender e imitar as suas vidas». Este pedido, que surge logo na primeira aparição de Maio, pode resumir tudo o que a Senhora veio a Fátima pedir. Já o Anjo, na sua segunda aparição, tinha dito: «De tudo que puderdes, oferecei um sacrifício em acto de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores».

Oração, penitência e consagração são os três pilares da mensagem de Fátima. Sem eles, o mundo cai no inferno, já aqui com a guerra e a perseguição, depois nas chamas do fogo que não se apaga. O pedido urgente da Senhora mostra bem o dramatismo do que está em causa: «Não ofendam mais a Nosso Senhor que já está muito ofendido!».

Não se trata de aspectos laterais, porque deles depende o futuro do mundo. Mas, como o Papa disse, a súplica é feita agora a cada um de nós. Trata-se de algo que implica a minha vida no dia-a-dia. O pedido de oferecimento dessa vida é para salvar o mundo. Qual é a nossa resposta?

(Fotografia retirada de fasciniodafotografia.wordpress.com)