Ter. Jan 14th, 2025

“Como implementar as comunidades pastorais” é trabalho de todos e com todos

Nota do Conselho Presbiteral, que em reunião recente refletiu sobre as “novas formas de presença da Igreja no território diocesano”. “É todo um trabalho que é necessário pôr em andamento e que deve envolver todos e cada um dos diocesanos”

Nomeado para o triénio de 2024-2027 por decreto do Bispo Diocesano, tomou posse o novo Conselho Presbiteral em reunião agendada para a Casa Diocesana e que teve lugar no dia 4 de novembro de 2024.

O Conselho Presbiteral é constituído por um grupo de sacerdotes que, representando o Clero da Diocese, tem por missão ajudar o Bispo no governo da sua diocese em ordem a promover o mais possível o bem pastoral de todo o povo de Deus que lhe foi confiado.

Dos vários pontos da agenda do Conselho e que vem na esteira do Projeto de Pastoral aprovado para este ano e que tem por objetivo “repensar e renovar a vida diocesana, promovendo processos de corresponsabilidade e ministerialidade numa Igreja que se quer sinodal”, o tema da agenda para este Conselho era um primeiro passo neste caminho proposto: “novas formas de presença da Igreja no território diocesano”.

No dizer do P.e Francisco Melo, que introduziu o tema, não se trata de adaptar aquilo que já fazemos, mas de discernir caminhos de fidelidade à missão da Igreja. E continuou: O ponto de partida é Jesus Cristo, que se fez presente no nosso caminho. Esse caminho a percorrer tem um paradigma, “O caminho de Emaús”, e uma missão a realizar, aquela que Ele confiou à sua Igreja: “Ide e ensinai”. Para isso fez-se presente na nossa vida através da Eucaristia e impele-nos a uma vida nova onde “amar a Deus é servir”.

Há princípios que devemos respeitar: como modelo, temos a família da Santíssima Trindade; a fé em quem acreditamos: Jesus que veio até nós, está vivo, encarnou na nossa história e, desde o Batismo, envia-nos como discípulos missionários. É neste modelo de família e nesta fé professada desde o dia do Batismo que tem fundamento a sinodalidade que se realiza no discernimento, na corresponsabilidade / participação, projetualidade /ação, verificação / avaliação. A sinodalidade não é, pois, uma questão de moda pastoral motivada por este ou por aquele motivo, mas é o ser da própria Igreja que se alimenta da Palavra de Deus e dos sacramentos e se solidifica na oração.

Será neste caminhar em Igreja onde todos somos convidados (corresponsabilidade) e na descoberta do lugar e da missão de cada um (ministerialidade) que iremos descobrindo novas formas de presença da Igreja. Não se trata de adaptar, mas de discernir e o P. Francisco apontou cinco condições necessárias para a concretização dessas novas formas de presença da Igreja em Aveiro: A caminhada sinodal deve estar imbuída de uma espiritualidade sinodal; disponível para a mudança; atenta ao hoje e aos novos lugares antropológicos em que vivemos; disponibilidade para atualizar a missão e, por fim, estabilidade na configuração territorial sem sermos estáticos.

Estas novas formas de presença da Igreja poderão, de diferentes modos, assumir nomes diversos: super-paróquia, zonas pastorais, unidades pastorais, comunidades pastorais ou outros… A opção aqui tomada foi: “Comunidades Pastorais”. Porquê? “Comunidades” porque Deus é um “nós”; o cristianismo é um “nós” e a Igreja é ontologicamente comunhão. E “pastorais” porque Deus sai de Si mesmo e vem ao encontro da Pessoa Humana e nos coloca em processo de salvação. A pastoralidade tem em conta o destinatário e faz dele a sua missão.

Como se pode fazer isso?

1. Todos nós, diocesanos, somos chamados a refletir o tema da eventual implementação das “comunidades pastorais”. Como?

2. A necessidade de formação para a responsabilização/ corresponsabilidade de todos: chamar/formar/responsabilizar/pertença-comunhão;

3. Gerar comunidades verdadeiramente ministeriais (serviço) e vocacionais;

4. Comunidades Pastorais com órgãos de corresponsabilidade, participação e missão.

Foi na tentativa de abrir à reflexão de tema tão importante para a vida da Diocese nos próximos anos que este Conselho, depois de um pequeno trabalho de grupos, chegou às seguintes conclusões que queremos partilhar:

1. Todos os presentes estão de acordo com o nome escolhido para esta nova realidade a surgir: “Comunidades pastorais”.

2. Também estamos de acordo com a necessidade da sua implementação.

3. É sentida a necessidade e a obrigação de todos os diocesanos serem envolvidos no processo de discernimento, experimentando, por exemplo, nos trabalhos de grupos a formar, a metodologia sinodal. Se for necessário, com a ajuda de uma Equipa treinada para o efeito.

4. O processo de implementação foi aprovado, mas o calendário proposto gerou algumas divergências: os tempos propostos para cada uma das etapas arciprestal, grupos paroquiais e, por fim, diocesanos, pareceram ser muito curtos. Haverá necessidade de os alongar, pelos menos em algumas fases.

5. Por fim, foram sugeridas algumas perguntas que necessitam de uma resposta e que serão enviadas aos diversos grupos como ponto de partida de todo este trabalho. Por exemplo:

5.1. Que organização e ação pastoral se pode desenvolver nas comunidades pastorais?

5.2. Que paróquias/territórios agregar para formar uma comunidade pastoral?

5.3. Que órgãos de comunhão e missão se devem implementar nestas comunidades pastorais?

5.4. Como ficam os arciprestados? Como estão? Agregam-se concelhos dentro do mesmo arciprestado? É todo um trabalho que é necessário pôr em andamento e que deve envolver todos e cada um dos diocesanos: pelo discernimento, pela formação, pela responsabilização/ação e pela oração. É um trabalho de todos e com todos. Contamos com a ajuda do Espírito Santo nesta caminhada que estamos a iniciar.