No 20.º aniversário da morte do Pe. Arménio
Padre Arménio – Músico. A sua relação com os órgãos de Aveiro [1]
Domingos Peixoto
Nota prévia
“O Pe. Arménio será sempre uma presença na Igreja de Aveiro pelo muito que Deus lhe deu e ele deu à Diocese”[1].
Há 20 anos que o Pe. Arménio partiu inesperadamente do nosso convívio. Evocando a sua presença na Igreja de Aveiro, pareceu oportuno publicar um texto que, Salvo algumas adaptações pontuais, corresponde a uma conferência proferida no salão do Centro Universitário Fé e Cultura (Aveiro) no dia 30 de Abril de 2014, por ocasião da comemoração do 80.º aniversário do seu nascimento, integrada na II Semana da Cultura e Identidade Cristã – Melodias do encontro entre a fé e a cultura –, organizada pelo Instituto Superior de Ciências Religiosas de Aveiro. Será dividido em 15 secções, publicadas semanalmente até fins de Dezembro.
Não cabe neste texto/homenagem uma abordagem completa de uma personalidade tão rica e devotada à missão que lhe foi confiada. Vamos centrar-nos na música, pois ele assumia-se, não como um músico que exercia o sacerdócio, mas como um sacerdote que usava a música no serviço do Reino de Deus. Tão pouco podemos abordar todos os aspetos da sua missão evangelizadora através da música; vamos, pois, deter-nos num ponto muito particular: o seu empenho em restituir aos órgãos de Aveiro a funcionalidade litúrgica. Assim, em primeiro lugar, lançaremos um olhar sobre a formação musical do Pe. Arménio nos Seminários de Braga e Lisboa (Olivais), no Conservatório e na Universidade. Em segundo lugar e de forma mais desenvolvida, seguiremos o seu percurso na recuperação dos órgãos históricos das igrejas da Vera Cruz, da Glória e de Jesus (coro alto), bem como na construção do órgão da Igreja do Seminário de Santa Joana Princesa.
Servir-nos-ão de suporte, tanto notícias da imprensa, informações e testemunhos de familiares, condiscípulos e amigos, como documentos do Arquivo das Paróquias da Vera Cruz (APVC) e Glória (APG), alguns documentos da biblioteca do Museu de Aveiro e o Arquivo Pe. Arménio (APA), constituído pela correspondência trocada com os organeiros Rodrigues (Gondizalves – Braga, c. 2005), entregue à Família em 2014. Neste percurso, acompanhar-nos-á também a obra coordenada pelo Exmo. e Revmo. Senhor D. Manuel de Almeida Trindade, Sinfonia. Notas biográficas sobre o Padre Arménio, que será referida, abreviadamente, por Sinfonia.
[1] D. António Marcelino, in João Gamboa (ed.), 12 Cânticos do Padre Arménio, Aveiro 2003, p.3.