Sex. Abr 18th, 2025

Pedro Ferreira*

No dia 24 de Dezembro de 1723, Johann Sebastian Bach fez estrear a primeira versão do “seu” Magnificat (BWV 143a). Há precisamente 300 anos, Deus é louvado por esta obra em que a mestria de Bach conjugou uma orquestra de grande dimensão para o período barroco, um coro a cinco vozes e cinco solistas.

Bach, que desde Maio desse ano exercia o cargo de Kantor na igreja luterana de São Tomás em Leipzig, compõe para as vésperas de Natal uma obra de beleza excecional sobre o texto do Cântico de Maria que aparece no Evangelho de S. Lucas (Lc 1:46–55), intercalado-o com alguns motetes de cariz natalício. Nesta obra, o texto bíblico é cantado em Latim e os motetes em alemão.

Dez anos mais tarde, Bach apresenta uma nova versão (BWV 143) que exclui os motes em alemão, deixando apenas o texto bíblico, e muda a tonalidade de mi bemol para re, melhorando a sonoridade especialmente dos trompetes. Esta segunda versão tem sido a mais executada.

Com votos de um santo Natal, deixamos aqui ligações para as duas versões.

BWV 243a

BWV 243


*Professor e secretário da Comissão Diocesana da Cultura | Aveiro

Imagem:  Autógrafo do Magnificat em Ré Maior, BWV 243, de J. S. Bach. Primeira página do primeiro andamento ‘Coro’. Versão escrita em 1732-1735 (1733?).