
Jubileu dos educadores cristãos
O educador cristão é importante não pelo que faz, mas pela presença constante. “O educador é aquele que está”, disse D. António Moiteiro, na missa do jubileu dos educadores cristãos, na Sé de Aveiro, no final da manhã de sábado, 22 de março. O Bispo de Aveiro explicou a Parábola do Filho Pródigo, relacionando o papel do educando com o do filho pródigo, porque o educando é alguém que quer “independência”, “experiência novas”, “fugir”, e o do educador com o pai misericordioso. “Nós educamos como o pai. O pai está lá. O educador não é tanto aquele que faz; é aquele que está”, disse. E acrescentou que “é preciso parar, decidir depois de refletir”. Disse ainda que todo o capítulo 15 de São Lucas, que contém as três parábolas da misericórdia (ovelha perdida; dracma perdida e filho perdido) é para mostrar “quem é Deus, como é Deus”. “Deus é Misericórdia”, rematou.
O jubileu dos educadores sofreu o contratempo da chuva, muito intensa na manhã de sábado, porque havia atividades planeadas para o ar livre do Parque Infante D. Pedro, mas decorreu com normalidade. “Fizemos tudo, ajustámo-nos às condições climatéricas. Ficámos pelo Seminário e peregrinámos à Sé, depois de vermos a exposição de ícones”, disse Sérgio Martins, do Secretariado do Ensino Religioso nas Escolas, ao Correio do Vouga.
O jubileu dos educadores cristãos juntou catequistas, professores de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) e animadores juvenis. Teve uma primeira parte em outubro e a conclusão no sábado passado. Foi organizado pelo Secretariado da Catequese, Secretariado do Ensino Religioso nas Escolas e Departamento da Pastoral Juvenil.
Participarem cerca de uma centena de educadores. Talvez se esperassem mais. “Vieram aqueles que se dispuseram a estar connosco, a celebrar este jubileu em conjunto com outros educadores”, comentou Sérgio Martins. Na perspetiva do coordenador do Secretariado do Ensino Religioso nas Escolas, os educadores cristãos têm hoje uma dificuldade principal na missão educativa: “A grande dificuldade será nós conseguirmos utilizar verdadeiramente a linguagem dos nossos jovens para que eles sintam que a mensagem de Cristo lhes chega de facto. Temos de ajustar a linguagem para eles sentirem que aquilo que estamos a transmitir continua a fazer sentido e tem validade”
In Correio do Vouga, edição de 26 de março de 2023
Fotos de Bárbara Vitória