Mosteiro Invisível Vocacional da Diocese de Aveiro

Que formas de vocação existem?

Vida laical
A vocação não se entende como um dom especial apenas de alguns. Todos somos vocacionados. Neste sentido, a vocação dos fiéis leigos é de «procurar o Reino de Deus através das coisas temporais, ordenando-as segundo Deus» (Vaticano II, Lumen Gentium, 31). Os leigos, como dia Pio XII, são a linha mais avançada da vida da Igreja, sendo esta para eles o princípio vital da sociedade.
Os leigos são todos os cristãos, participantes da graça do Baptismo e que não fazem parte de um estado religioso ou consagrado. Pelo baptismo, todos somos tornados filhos no Filho de Deus e participantes da vida de Cristo Sacerdote, Profeta e Rei.
Os leigos, mediante o baptismo, participam do sacerdócio de Cristo que se entrega a Deus por nós, mediante o oferecimento da sua vida a Deus, nos seus trabalhos, orações, vida apostólica e de anúncio, vida familiar, e até do descanso, elementos que são trazidos na vida de cada um para celebração da Eucaristia. A sua vida participa do múnus profético, quando por palavras e obras testemunham o Evangelho no nosso mundo. São membros de Cristo Rei, quando procurando combater pela santidade de vida e renúncia ao pecado, servem na caridade e na justiça o próprio Senhor Jesus nos mais pobres (João Paulo II, Vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo, 14).

Vida matrimonial
O matrimónio diz respeito à comunhão de vida e amor entre um homem e uma mulher, a qual, na Igreja foi elevada por Cristo à dignidade de sacramento. De facto, o matrimónio tem a sua analogia na união de Cristo com a Igreja (cf. Ef 5, 25).
Longe de ser um caminho menor de santidade face ao da vida consagrada, o Vaticano II acentuou que pela graça do sacramento, os esposos podem caminhar para a mútua santificação. Assim, é reconhecida a bondade do amor humano, com todas as manifestações do corpo e do espírito, o qual é sanado, aperfeiçoado e elevado.
O matrimónio, como recorda o mandamento de Cristo, é indissolúvel. Para poder ser vivido como graça que é, devem os esposos, para serem fiéis aos deveres conjugais, procurar levar uma vida santa, crescer na oração, fomentar um amor forte, com generosidade de coração e prontidão para o dom de si.
É também pelo dom do matrimónio que a família humana pode crescer, na qual os pais participam na obra criadora de Deus, que faz crescer a própria família.
O discernimento e preparação para o matrimónio é um caminho que precisa da maturação da personalidade, para este cada um se torne capaz de amar, entregar-se e receber o cônjuge com o dom da própria vida. O Serviço de Vocações tem aqui um contributo importante para ajudar no discernimento da vocação, na formação espiritual e até humana.

Vida Missionária
A experiência missionária na vida de Igreja identifica-se com o próprio ser da Igreja. Cristo deu o mandato aos discípulos de partirem e anunciarem o Evangelho. É deste chamamento que temos o carisma que Deus dá àqueles que chama a este estado de vida a força de partirem ao encontro de outros povos para aí serem testemunhas da beleza do amor de Deus, até tudo ser instaurado em Cristo (Ad Gentes, 1).
Esta missão é realizada em comunhão com a Ordem dos Bispos, com a oração e comunhão de toda a Igreja. É próprio deste carisma, a evangelização e implantação onde a Igreja ainda não está radicada, de modo a que possam nascer Igrejas novas, com todos os elementos característicos: o anúncio da Palavra, a celebração da Fé, a caridade e uma hierarquia. Todavia a missão da Igreja não cessa, pois mesmo no meio das Igrejas novas – e mesmo nas mais antigas – é necessário o cuidado missionário de continuar a evangelização e o anúncio de Cristo.
Os missionários são muitas vezes aqueles que têm especial intervenção na iniciação cristã de adultos, na medida em que acompanham os catecúmenos no conhecimento de Cristo, e consequentemente na construção das Igrejas Locais, pela promoção da vida laical e testemunho cristão, catequistas, clero e da vida religiosa. Na vida dos missionários é muitas vezes de singular importância o cuidado da caridade, sendo o trabalho pela dignidade humana e o cuidado pelas mais básicas condições de vida muitas vezes tarefa muitíssimo relevante.
Na vida missionária podemos encontrar sacerdotes, religiosos, mas também leigos que fazem a entrega da sua vida pelo anúncio de Cristo. O missionário «deve estar disposto a permanecer toda a vida na sua vocação, a renunciar a si e a todas as coisas que possuiu e a fazer-se tudo para todos (1 Cor 9, 22)» (Ad gentes, 24). Da mesma forma, faz parte da espiritualidade missionária a abertura de alma e largueza de coração, a responsabilidade, a capacidade de adaptação aos costumes alheios e a fraternidade (cf. Ad Gentes, 25)

Vida Religiosa – Activa e contemplativa
A vida consagrada na Igreja diz respeito a todos aqueles que professam os conselhos evangélicos, a saber, os votos de pobreza, castidade e obediência, pelos quais consagram a Deus a sua existência. Esta realidade levou a uma grande quantidade de dons para a vida da Igreja, os quais reproduzem a vida de Cristo, casto, pobre e obediente ao Pai.
Cada forma de vida religiosa tem uma forma e um fim próprio, na fidelidade ao espírito fundador e ao seguimento de Cristo. Assim fazem a entrega da sua vida totalmente a Deus, na Igreja, pela qual têm a missão de servir a Igreja.
A espiritualidade tem lugar especial nesta forma de vida, a qual deve informar toda a acção, pela qual aderem a Cristo e à obra de salvação por Ele operada. Para isso, tem lugar especial a leitura da Sagrada Escritura, a celebração dos sacramentos, em especial da Eucaristia.
Dentro da vida consagrada podemos geralmente encontrar:
• Os Institutos puramente contemplativos, onde pela solidão e separação do mundo, enriquecem o Povo de Deus com abundantes frutos de santidade
• Os Institutos de vida apostólica, quer laicais, quer clericais, que se dedicam às obras de apostolado. Nestes é de salientar a vivência da caridade, adaptada àqueles que servem.
• A vida monástica, os quais têm como principal ofício servir humilde e nobremente a Cristo, quer na oração, quer nalguma obra que tenham assumido.
• A vida religiosa laical, onde homens e mulheres professam conselhos evangélicos, estando estes ao serviço da missão pastoral da Igreja, na assistência aos doentes.
• Institutos Seculares, os quais não sendo institutos religiosos, incluem a profissão dos conselhos evangélicos. Estes têm por missão fazer a doação total de si mesmos no exercício das actividades seculares, mas também no apostolado.

Vida Sacerdotal
Os sacerdotes participam do sacerdócio ministerial de Jesus Cristo, pelo qual presidem à celebração da Eucaristia e perdoam os pecados. Estes são cooperadores da ordem episcopal para o cumprimento da missão apostólica confiada por Cristo.
Os presbíteros são chamados a uma vida de serviço aos irmãos, à imagem de Jesus Cristo Bom pastor, devendo conhecer aqueles que lhe estão confiados, devendo neles reconhecer-se a bondade, a sinceridade, a força de alma e a constância, a diligente preocupação da justiça, a delicadeza, etc.
O presbítero é enviado pelo Bispo ao Povo de Deus para:
• Ser anunciador da Palavra de Deus, a qual faz suscitar e alimentar a fé no coração dos crentes; de facto, é missão dos sacerdotes ensinar a Palavra de Deus e a todos convidar à conversão e à santidade, nas circunstâncias concretas da vida.
• Ser ministro dos sacramentos, pelo qual participam de modo especial no sacerdócio ministerial de Cristo, actualizando os gestos de Cristo no hoje da existência humana; quando um sacerdote celebra um sacramento, é Cristo quem age por meio do sacerdote. Naturalmente, o ponto culminante é a celebração da Eucaristia, na qual «os Sacerdotes ensinam os fiéis a oferecer ao Pai, no Sacrifício da Missa, a Vítima divina, e a fazer com ela a oferta da própria vida.» (PO, 5)
• Governar o Povo de Deus, ofício que devem exercer com vista a levar à unidade deste, em espírito de fraternidade, segundo as exigências da doutrina e vida cristã, e não apenas para agrado dos homens.
Aos presbíteros cabe a missão de cuidar do todo o Povo, em especial dos pobres, dos doentes, dos afastados e dos não crentes. Também a eles cabe, de modo especial, o cuidado da interpelação vocacional aos jovens dos nossos dias.
Os presbíteros caminham na sua santificação pelo exercício do seu ministério, o qual deve ser vivido e não apenas cumprido em união a Cristo Sumo Sacerdote, em comunhão de presbitério com o Bispo Diocesano, ou Superior Hierárquico.


Inscrição – link


Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *