A pastoral juvenil, entendida como cuidado pastoral de todos os lugares onde os jovens estão, tem uma importante missão vocacional:
- Primado da evangelização, em que a dimensão de testemunho da Palavra é fundamental;
- A dimensão educativa, o anúncio de Cristo acontece num contexto de especial crescimento e de transformação da pessoa;
- A importância da psicologia e pedagogia na teologia de fundo na pastoral juvenil;
- Um carácter unitário, pois o cuidado orienta-se para a pessoa, na sua fundamental unidade; tenhamos presente a fragmentação que a nosso tempo provoca na pessoa.
Sem dúvida que deve existir uma especial ligação entre pastoral juvenil e pastoral vocacional. De facto, a pastoral vocacional e juvenil têm aspectos comuns de crescimento humano e espiritual, que ajudam a perceber o horizonte da missão, a vida da Igreja e a experiência de dar a vida. Mas a questão coloca-se: como ajudar a que o cuidado das vocações esteja presente numa pastoral juvenil? Importa para isto que ambas as partas partilhem critérios comuns de referência, seja teórico, seja prático.
A pastoral juvenil para se tornar “vocacional” deve sobretudo insistir em criar as condições para que os jovens possam perceber a própria existência como espaço do chamamento de Deus, onde cabem realidades como os instrumentos de reflexão, das iniciativas pastorais e do acompanhamento espiritual. Este é um cuidado que deve ser alargado a todos os jovens e não apenas a alguns especiais, ajudando estes a integrar a vida da Igreja de modo significativo. Naturalmente que existe uma multiciplicidade de formas de anunciar a Palavra de Deus consoante a pedagogia dos destinários, mas cuida da unidade da pessoa.
Para que uma pastoral juvenil tenha um cuidado vocacional importa que exista:
- Promoção da experiência de fé. A vocação é um caminho de fé, em que no início está a acção de Deus. Importa criar as condições para o desenvolvimento dos dons naturais e o desejo de procurar o sentido da fé. É também aqui que se situa o acompanhamento aos jovens para auxílio do discernimento de modo a levar a uma decisão.
- Abertura à vocação. A pastoral juvenil é vocacional quando capacitam os jovens para que o encontro com Deus leve à entrega definitiva de vida como consciência de resposta, seja em que estado for. Daí que importa que se favoreçam experiências de voluntariado, serviço, apostolado, que não sejam apenas activismo, mas realidades personalizantes.
- A pastoral juvenil promove o crescimento da pessoa. À pastoral juvenil compete o crescimento da pessoa para que de forma harmónica, se torne protagonista das suas decisões, com consciência cristã e por isso também eclesial. Esta realidade permite que a pessoa emerja como capaz de opções livres e alegres, radicais.
- O carácter eclesial. A pastoral juvenil depende muito do tipo de comunidades onde opera: estima pela Palavra de Deus, testemunho, solidariedade. Nenhuma vocação cresce se a comunidade não promove o crescimento da identidade.