Novos Ventos – 24 de Dezembro

IV Domingo do Advento – Ano B
Mensagem dominical das paróquias de Torreira e São Jacinto

Neste quarto domingo de Advento a liturgia apresenta-nos a figura de Maria. O Anjo tendo entrado onde Maria estava dirigiu-Lhe uma saudação. É num ambiente de intimidade e oração que o Senhor se manifesta, Maria estava numa profunda comunhão com Deus, talvez a ler os livros Sagrados e é nesse ambiente de oração que o Anjo disse que Ela tinha sido agraciada e escolhida por Deus para ser a Mãe do Filho de Deus. Maria não entende aquelas palavras dirigidas pelo Anjo do Senhor, este continua a transmitir-Lhe a mensagem: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus». Ainda que sem perceber o Mistério de Deus acontecer na Sua vida, Maria acaba por dizer o seu “Fiat” à vontade de Deus. Deste evangelho podemos tirar duas conclusões para a nossa vida; o primeiro consiste neste espaço de recolhimento interior para Deus falar ao nosso coração. Só aquele que se dispõe a silenciar os ruídos exteriores é capaz de escutar melhor e Maria foi a Mulher da escuta da Palavra de Deus, conservando a Palavra no seu coração. O segundo especto é realizar a palavra de Deus na nossa vida, acolhendo-A de igual modo como Maria no seu Sim, mas para isso não posso colocar reservas à vontade de Deus. Ir para além das nossas vontades e com o coração capaz de acolher o Príncipe da Paz Jesus Cristo e não guardar rancor nem ódio a ninguém ainda que me tenham feito mal.  

A Leitura do Livro de Samuel,  apresenta a “promessa” de Deus a David. Deus anuncia, pela boca do profeta Natã, que nunca abandonará o seu Povo nem desistirá de o conduzir pelos caminhos da história. A “promessa” de Deus irá concretizar-se num “filho” de David, através do qual Deus oferecerá ao seu Povo a estabilidade, a segurança, a paz, a abundância, a fecundidade, a felicidade sem fim.

A Leitura de São Paulo aos Romanos, chama ao projeto de salvação, preparado por Deus desde sempre, “o mistério”; e garante que, em Jesus, esse projeto se manifestou a todos os povos, a fim de que a humanidade inteira integre a família de Deus.

O Evangelho de São Lucas,   refere-se ao momento em que Jesus encarna na história dos homens, a fim de lhes trazer a salvação e a vida definitivas… E mostra como a concretização do projeto de Deus só é possível quando os homens e as mulheres que Ele chama estão disponíveis para dizer “sim”, acolher Jesus e apresentá-l’O ao mundo.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo Segundo São Lucas

Apar Naquele tempo, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma Virgem desposada com um homem chamado José, que era descendente de David. O nome da Virgem era Maria. Tendo entrado onde ela estava, disse o Anjo: «Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo». Ela ficou perturbada com estas palavras e pensava que saudação seria aquela. Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David; reinará eternamente sobre a casa de Jacob, e o seu reinado não terá fim». Maria disse ao Anjo: «Como será isto, se eu não conheço homem?». O Anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus. E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice, e este é o sexto mês daquela a quem chamavam estéril; porque a Deus nada é impossível». Maria disse então: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra». E o anjo retirou-se de junto dela.

Palavra da Salvação


Mensagem de Natal

Diante do Presépio, os pais podem aprender a amar como José e Maria, e os filhos podem aprender com o Deus Menino a beleza e o valor da honra e obediência aos pais, e a virtude do trabalho. Lembrando as famílias de acolhimento, aquando da Jornada Mundial da Juventude, e o bom acolhimento que deram aos peregrinos, exorto todas as famílias a abrigarem Jesus no seu coração e a continuarem a acolher os que diariamente esperam abrigo. E a vós, jovens, peço-vos que não deixeis apagar o dinamismo que vos fez peregrinar, que deixeis Jesus entrar na vossa vida e lanceis sementes de esperança no coração de outros jovens, para que Deus seja tudo em todos. O Papa Francisco na sua recente Carta Apostólica “Admirável Sinal”, a propósito dos 800 anos do presépio de S. Francisco de Assis, diz-nos que é «urgente apoiar a tradição de preparar o Presépio das nossas famílias, nos dias que antecedem o Natal, e também o costume de o armarem nos lugares de trabalho, nas escolas, nos hospitais, nos estabelecimentos prisionais, nas praças…»

O Natal tem, sobretudo, um sabor de esperança, porque, apesar das trevas, resplandece a luz de Deus. Mais do que a luz que ilumina as ruas, precisamos da luz da esperança. O menino nascido em Belém recorda-nos que a esperança é uma semente que dará frutos se formos perseverantes em construir os valores que nascem do Presépio. Tal como afirma Carta do Santo Padre, o Presépio «faz parte do suave e exigente processo de transmissão da fé. A partir da infância e, depois, em cada idade da vida, educa-nos para contemplar Jesus, sentir o amor de Deus por nós, sentir e acreditar que Deus está connosco e nós estamos com Ele, todos filhos e irmãos graças àquele Menino Filho de Deus e da Virgem Maria.» O Ano Jubilar que estamos a viver convida-nos a preparar o coração para a vinda do Emanuel. Que seja uma festa da alegria, de acolher o Deus Menino no presépio e no coração, invocando para a nossa diocese de Aveiro, e para o mundo, o dom da paz na justiça.

Feliz, santo e abençoado Natal!
† António Manuel Moiteiro Ramos, Bispo de Aveiro


O Papa: para os habitantes da Terra Santa um Natal de luto e dor, não os deixemos sozinhos

Sofrimento para o Oriente Médio e para o mundo

O Papa Francisco disse exatamente as mesmas palavras pronúncias em voz na audiência no sábado, 16 de dezembro, para 1.500 participantes do presépio vivo na Basílica de Santa Maria Maggiore. Voltando seu olhar para uma terra mergulhada pela enésima vez na fase cruel de um conflito que a está ferindo há décadas, o Papa pediu proximidade “com a oração, com ajuda concreta e também”, disse ele aos figurantes, “com o Presépio Vivo de vocês, que lembra a todos como o sofrimento de Belém é uma ferida aberta para o Oriente Médio e para o mundo inteiro. Sua representação deve ser vivida em solidariedade com esses irmãos e irmãs que sofrem tanto. Para eles, se preanuncia um Natal de dor, de luto, sem peregrinos, sem celebrações. Não queremos deixá-los sozinhos.

As palavras do último Angelus

Começando com o que está ocorrendo desde 7 de outubro na “Terra onde Jesus nasceu, viveu, morreu e ressuscitou”, banhada pelo sangue de “civis indefesos… objeto de bombardeios e tiros”, como ele disse no último Angelus no domingo, 17 de dezembro, com um pensamento para as duas mulheres – uma mãe e uma filha, Naheda e Samar – que foram mortas sob o fogo de atiradores israelenses na paróquia latina da Sagrada Família na Cidade de Gaza. “Alguns dizem: ‘É o terrorismo, é a guerra'”, disse o Papa da janela do Palácio Apostólico, acrescentando: Sim, é a guerra, é o terrorismo. É por isso que a Escritura afirma que “Deus faz cessar as guerras… Ele quebra os arcos e quebra as lanças”. Rezemos ao Senhor pela paz. Um desejo de paz, que parece inatingível no momento, mas que seria o melhor presente para um Natal que promete ser de “luto” e “tristeza”.


Palavra de Vida (Dezembro)

«Vivei sempre alegres, orai sem cessar, dai graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus a vosso respeito em Cristo Jesus». (1Ts 5,16-18)

“Dai graças em todas as circunstâncias”. É a atitude que brota livre e sincera do amor agradecido Àquele que, silenciosamente, sustenta e acompanha os indivíduos, os povos, a História, o Cosmos. Ao mesmo tempo, é a gratidão para com os outros que caminham connosco, uma gratidão que nos torna conscientes de que não somos autossuficientes.

Alegrar-se, orar e agradecer. São três ações que nos ajudam a ser cada vez mais como Deus nos vê e nos quer, que enriquecem a nossa relação com Ele, na esperança de que “o Deus da paz nos santifique totalmente”[4].

Podemos assim preparar-nos para viver mais profundamente a alegria do Natal, para tornar o mundo melhor, para nos tornarmos construtores de paz dentro de nós mesmos, em casa, nos locais de trabalho, nas ruas e nas praças. É aquilo que é mais necessário e urgente nos dias de hoje. Victoria Gómez 

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