Qui. Abr 25th, 2024

 

Autor: John F. Haught

Título: Cristianismo e evolucionismo em 101 perguntas e respostas

Editora: Gradiva

Ano de edição: 2009

 

 

«De acordo com a teologia do processo, Deus não está interessado em manter simplesmente o status quo, mas quer um universo que esteja sempre aberto à nova criação. Deus, por conseguinte, influencia o cosmos ao oferecer-lhe a cada instante novas formas dele se tornar ele próprio. Deus não força o mundo a nenhum design rígido, já que um tal constrangimento seria incompatível com um amor autêntico. Em vez disso, o poder de Deus é persuasivo. O poder tem de ter uma dimensão de contenção, se quer coexistir com o amor.

O mundo está portanto em evolução porque Deus é um Deus de um poder persuasivo e não de um poder coercitivo. Não tendo conhecimento da evolução, a teologia tradicional compreendeu Deus quase exclusivamente como fonte da ordem na Natureza e na História. A teologia do processo, no entanto, sente que esta ênfase não é equilibrada. O mundo não é simplesmente ordem (aquilo que os gregos chamavam cosmos), mas é também processo; e o que faz com que o mundo seja processo é que novas formas de ordem estão constantemente a apresentar-se como possibilidades de ulteriores transformações em algo.» (p. 228)

[…]

«A teologia do processo, em resumo, defende que o Deus da religião bíblica é um Deus de um amor persuasivo, a fonte da novidade e o incentivo à aventura. Infelizmente, a teologia ocidental por vezes domesticou e congelou esta divindade aventurosa e ‘bravia’ no Deus ordeiro, composto de classe média, e cavalheiresco do status quo. A evolução é então importante para nos ajudar a recuperar uma compreensão mais rica e mais bíblica de Deus.» (p. 229)